domingo, 10 de agosto de 2014

Eleições 2014

Mais uma vez atravessamos um processo eleitoral. Diferente do pleito municipal onde impera de forma agressiva os interesses pessoais esse reflete de forma mais clara o perfil político do brasileiro que invariavelmente se deixa levar pelo poder de persuasão dos controladores da grande massa. E por mais que a mídia queira que existam apenas duas correntes de pensamento, por ser mais fácil de lidar no contexto geral, existem várias. Entre PT e PSDB existem tantas correntes de pensamento como existem números entre 1 e -1, lógico que não existe a mesma quantidade de candidatos. As pessoas pensam que o correto seria votar pensando no que é o melhor para a massa em geral. Errado. Nesse caso específico do nosso complexo processo eleitoral, eleição de cunho federal, as promessas serem estudadas por cada eleitor devem ser diretamente as que atinjam o interesse pessoal. Sim! Deve se votar no que é melhor para si e não deixar ninguém mudar a intenção de voto dizendo o contrário por argumentos bem construídos e sedutores. Postura diversa do que deve ser feito na eleição municipal pela apertada proximidade entre candidatos e eleitores em que se confunde meta municipal com interesses pessoais. No pleito federal por mais que existem interesses pessoais, dos correlegionários dos candidatos, maior são os eleitores independentes de interesse político-administrativo destes candidatos que devem guiar o país para o bem da maioria. Contudo a maioria não pode pensar na maioria e sim em si mesma sendo a maioria consequência desta conduta individual. Óbvio que a descrença dos eleitores é natural, onde se espera dos candidatos bem menos do que eles próprios prometem, mas o mais importante é ter foco de que se espera de maneira pessoal o que cada candidato propõe desde que seja provável a realização. Em termos simplórios seria dizer que se você vive e sente-se confortável com a bolsa família ou outra política social votaria no PT, uma vez que tem se beneficiado com isso e tenha tido lucro real com essa política. Sendo assim por qual motivo válido para votar em um candidato em que a probabilidade de acabar com a política social adotada é alta? A opinião de economistas que esperam que o quadro econômico se altere para beneficiar outras pessoas? Por mais que esta política seja de maneira clara e indiscutivelmente odiosa e covarde quem se sentir beneficiado com isso não deve votar a favor de uma política econômica em prol de números econômicos mais atraentes. A longo prazo os benefícios podem se estenderem sim a todos, mas a possibilidade pode ser nula. 
Já se você é um trabalhador mediano, que contribui obrigatoriamente por meio dos altos impostos com a política social que sustenta os que não trabalham seja qual for o motivo deve certamente votar em um candidato mais inclinado em apostar mais investimentos na edução e políticas trabalhistas a fim de diminuir as políticas sociais a fim de que o altos impostos sejam melhores investidos em infraestrutura ao invés de sustentar aqueles que diferentemente de você não trabalham por algum motivo e dependem exclusivamente desta política social. No final das contas deveria ganhar a maioria, mas nesse meio termo existe a interferência midiática, as pesquisas, o cabos eleitorais altamente persuasivos e os defensores partidários, muito vistos nas redes sociais. Desta forma não ganha a maioria que defende realmente um interesse válido, mesmo que esse interesse seja irracional e injusto. A politicagem começa quando uma pessoa tenta convencer outra a votar no seu interesse pessoal deixando o dela de lado. E por mais que saibamos que alguns interesses são injustos e imorais fazer esta política eleitoreira é tão suja quanto a do político mentiroso que maqueia seus interesses para que alguém vote contra a própria ideologia e o próprio interesse. Cair nessa política eleitoreira só prova que estar apto a votar necessariamente não significa merecer fazê-lo, mas nesse sistema eleitoral essa falha grave deixa marcas profundas de entre uma e outra geração. Condenar alguém a votar contra o próprio interesse é como condenar alguém por não ser altruísta o suficiente, e em nossa sociedade ultimamente ninguém é.