Depois de Faustão, do Gugu e sua banheira pornô, do programa Silvio santos, das pegadinhas dos mais variados tipos, incluindo as combinadas, do programa do ratinho, do Amaury jr, entre outros clássicos de péssima qualidade da TV brasileira vivemos a evolução no quesito programas de gosto duvidoso. Na verdade de duvidoso não tem nada, pois sua má qualidade é indubitável. A evolução se deu em todos os aspectos e a qualidade tem caído ainda mais em um ritmo inversamente proporcional a quantidade de pessoas que estes programas passam a atingir. O que comprova que brasileiro gosta de programa ruim. Na verdade a popularização, tornar algo bom para poucos em algo bom para todos, é a grande responsável pela queda de qualidade. E quanto maior forem estes “todos” maior a popularização e pior a qualidade atingida. No exemplo de hoje temos o programa Aline exibido pela rede globo nas noites de quinta feira. O programa é de cara diferente. Uma série que aborda a vida de uma menina que tem dois namorados. A trama gira em torno de uma cultura meio punk. Originou-se de uma tira em quadrinhos de publicada no jornal Folha de S. Paulo, daí por que toda a série é completamente gravada lá, e fora criada por Adão Iturrusgai.
Por que é Ruim?
Como toda popularização Aline para televisão teve que ter adaptações, de forma que o programa agradasse a maior quantidade de público possível, e para isso a primeira coisa a se fazer é atingir a maior quantidade de público possível. Com isso Aline perdeu os palavrões, o nudismo e todo comportamento reprovável, imoral e antiético tornando nossos heróis em típicos bobões, bobões demais para quem está inserido em uma cultura punk, grounge, metal ou algo do gênero. Aline poderia simplesmente ser ruim pelo fato de ser uma garota de dois namorados. Uma conduta imoral, mas Aline é ruim não pelo fato de ter dois namorados, mas pelo fato de ter dois namorados conscientes que são dois, logo a série cria uma espécie de superbabacas ingênuos, diferente do que acontecia nos quadrinhos, isso por que as condutas dos dois nos quadrinhos são diferentes, parecem pequenas coisas, mas influem na personalidade de cada um deles.
A quem normalmente agrada?
Aos que gostariam de fazer parte de uma tribo punk, grounge ou hardcore, mas não fazem. Aos que gostariam de agir ou ser como os personagens do programa, mas não agem e não são. Aos homossexuais e simpatizantes que não se sentem estereotipados com a linguagem abordada no programa. Aos ávidos telespectadores que gostam do estilo quase teatral levado para televisão. E aos amantes de boas histórias que gostam da teledramaturgia brasileira, e principalmente da Globo.
Como poderia ser melhor?
Aline originalmente não fora feito para agradar a todos, logo, para ser melhor Aline deveria voltar ao seu público alvo, aquele para qual as tirinhas foram criadas inicialmente. E para isso as mudanças ocorreriam em todos os núcleos do programa alterando o linguajar os comportamentos dos personagens principais e devolvendo à série a nudez típica de Aline e seus namorados, algo quase erótico, mas o erotismo de Aline não é o erotismo pornográfico e sim o erotismo situacional, comportamental e de crítica às bases da nossa sociedade, com leves concordâncias a pontos machistas. Aline para TV nada mais é que uma história reescrita, com personagens de mesmo nome, e mesmas situações com comportamentos e linguajar aceitável, tudo para que quem não gosta das tirinhas goste do programa de TV. A popularização de qualquer objeto de entretenimento piora sim a qualidade, pois se seu vizinho de mau gosto apreciar reflita em como é possível.