sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pós Realengo

Após o massacre ocorrido no último dia 7 a mídia e as autoridades se questionam e se respondem sobre o caso e outros casos semelhantes. A escola é realmente segura? Nenhum lugar reduto de seres humanos é seguro, isso é fato, mas o nível de segurança, diferente do que os que se dizem especialistas concluem, não se mede pela quantidade de apetrechos de seguranças e homens fortemente armados no local. Os níveis reais de segurança se medem pela possibilidade de alguém ter motivos para ameaçar o equilíbrio natural de qualquer lugar. Um banco tem uma segurança real baixa pelo interesse que alguém possa ter em querer os valores que este guarda, essa segurança real baixa é reequilibrada com auxilio de equipamentos e política de segurança. E toda e qualquer organização tem sua segurança real equilibrada pela sua política de segurança natural, ou seja, o que é naturalmente inseguro se torna seguro por métodos e artefatos especializados. A grande questão neste ponto é por que locais naturalmente seguros têm se tornados inseguros a ponto de necessitarem de políticas de seguranças mais arrochadas?
Wellington Menezes chamou a atenção para as escolas infantis, onde há, crianças, pré-adolescentes, bullying e potenciais psicopatas, homicidas entre outras ameaças que não existiam por motivos aparentemente desconhecidos e hoje são certos. Hoje são as escolas amanhã mais um local de convivência que deveria ser seguro naturalmente, mas quando ocorrer a próxima tragédia o país descobrirá que não é.

Atirador após suicídio

domingo, 3 de abril de 2011

Zé Alencar

Recentemente mais um Zé se foi, não um Zé comum, e sim um Zé tão incomum que sua morte se tornara matéria dos principais noticiários do Brasil. Mas o que faz do Zé um fenômeno telejornalístico? Se a morte anunciada fosse de outros políticos que ocuparam o cargo mais importante que o Zé ocupou os jornais talvez separariam uma pequena nota nas entrelinhas, entre os gols da rodada e mais um assalto nos cafundós de uma capital. Acontece que a história do zé não é importante.Um garoto pobre, sem bolso e aparentemenente sem futuro que vem do interior virar alguém importante. Falso clichê. A atenção se voltou para nosso Zé devido sua luta pública contra o câncer. Um mal justo e cruel não vê conta bancária, cargo político, família e origens ou qualquer outra forma de discriminação. Muitos simpatizaram com as idas e vindas do nosso Zé às UTI's, hospitais, cirurgias e todo e qualquer procedimento médico de combate ao câncer. E muitos, por terem parentes, amigos, familiares, conhecidos ou conhecidos de conhecidos nas mesmas condições, viram pela tv como é angustiante a luta contra o câncer, e o Zé não era privilegiado por nada. A doença fora cruel com o Zé, o afastou de eventos, de cargos, do serviço, das suas empresas e o aproximou do povo pela mídia e pela tv. A doença até afastou do Zé os malefícios de alguns maus comportamentos que teve, como a morte o câncer faz todo mundo ficar bonzinho. Algumas gafes ao falar mal da política de juros do próprio governo, uma pitada a mais na popularidade com a classe batalhadora que paga esses juros. E o mais importante, e menos falado, o não reconhecimento de sua suposta filha, que o fez até ser cremado ao invez de enterrado.  Não reconhecer é um direito dele, fazer o exame era um direito dela.
A verdade é que o Zé se foi, não um Zé como os milhares de Zés que batalham todos os dias. Vontade de viver ele tinha que ter, era obrigação. Ser vice-presidente, rico e importante faz com que só enfrente na vida problemas de saúde e de convivência, se os tiver. Dinheiro e poder não trás felicidade, mas ajuda a espantar a tristeza. Adeus a mais um Zé que se foi.