segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Momentos de Felicidade - Pleonasmo


Para entender o conceito de felicidade é preciso primeiro entender uma coisa muito importante.


Quando olhamos para o arco-íris vemos sete cores, mas não conseguimos distinguir onde uma cor termina e a outra começa.

Se olharmos para nós e compararmos nossa aparência com nosso eu de ontem, quase nada terá mudado. A comparação contínua com o dia anterior vai parecer não apresentar diferenças a menos que passe a se comparar meses, talvez anos. 

Todas as mudanças são graduais e quando se trata do ser humano elas são lentas. As vezes tão lentas que parecem não existir, mas sabemos que existem. 


a classificação biológica definiu o ser humano homo-sapiens como espécie dominante e de forma implícita que todos nós compomos a mesma espécie. Mas pode não ser assim. 

Um pet, por exemplo, possui uma metodologia de criação básica. O que come, como se reproduz, a temperatura ideal, condições de estresse que são fatais e devem ser evitados, além de diversos fatores responsáveis pela sua sobrevivência. Todos os indivíduos da espécie compartilham estas necessidades.






É Importante nesse momento definir o termo raça. Criado inicialmente para ser usado na zoologia e na botânica, se aplica a grupos de indivíduos da mesma espécie que evolutivamente apresentam diferenças morfológicas, mas ainda sim, compartilham a mesma quantidade e compatibilidade entre seus pares de cromossomos. Resumidamente, podem gerar descendentes férteis. Seu uso aplicado a seres humanos está muito mais ligada a origem social, pois apesar das diferenças físicas, em razão de herança genética, o homo-sapiens tem como única ferramenta evolutiva de sobrevivência o cérebro.


Estudos recentes abordaram o cruzamento entre espécies diferentes que geram descendentes férteis, estes que carregam características de ambos os genitores. Esse fenômeno ocorre o tempo todo e alguns híbridos férteis são bem conhecidos, como o ligre, mistura de leão com tigre, e a mula, bem conhecida no Brasil, que é o cruzamento de cavalos com jumentos, e que se provou recentemente ser capaz de produzir indivíduos férteis.


Ocorre com, os vegetais, alguns fungos, animais e os hominídeos. A cada 150 anos todos os seres humanos são renovados no planeta, deixando apenas seus descendentes que iniciam um novo ciclo, o que vem acontecendo há pelo menos 200 mil anos desde o “surgimento” do homo-sapiens que em diversas ocasiões se relacionou com outros tipos de hominídeos que viveram na mesma época. Levando em conta que algumas características genéticas levam gerações para se manifestar, os homo-sapiens de hoje já são frutos da evolução iniciada com a gradual transição do homo-sapiens ao homo-sapiens moderno, este que com o uso da capacidade cerebral moldou o ambiente ao seu redor não dependendo mais da evolução adaptativa para sobreviver. 

O ser humano agora segue evoluindo livremente, perdendo capacidades que são dispensáveis e ganhando novas habilidades por meio da mutação genética que está sempre ocorrendo. Novas características em indivíduos singulares, que podem ou não influenciar socialmente sua vida, mas não irá prejudicar sua sobrevivência, e se for o caso a existência de descendentes. 





O surgimento de novas espécies leva em conta um novo ambiente que exija mudanças fisiológicas e morfológicas para a adaptação, com tudo a ausência de um ambiente seletivo não freia a ocorrência de mutações genéticas, elas continuam acontecendo. O ambiente no planeta, ainda com a péssima gestão global para a qualidade de vida, proporciona um ambiente próspero para a maiorias dos indivíduos independente da condição. Ainda que raro temos cada vez mais indivíduos com grandes diferenças morfológicas, como a polidactilia (seis dedos nas mãos e/ou nos pés ) e síndromes resultantes de má-formações genéticas, tal qual a síndrome de down. Algumas destas mutações geram indivíduos estéreis, o que já sugeriria os passos iniciais do surgimento de uma nova espécie. Em outros casos alguns indivíduos são estéreis sem apresentar nenhuma anomalia visível, e por vezes alguns casais de indivíduos são estéreis apenas entre si.


Tudo isso demonstra que em quase um quarto de milhão de anos do surgimento do homo-sapiens mutações genéticas em diversos lugares do planeta já podem ter criados novas espécies de seres humanos. O que só  reforça a existência de uma singularidade em cada indivíduo, assim, quando se trata da literatura médica, de todas as áreas, de fato não tem como ser universal. Incluindo as questões psicológicas, uma vez que as mutações que ocorrem no cérebro não podem ser observadas diretamente. Estes indivíduos apresentam fortes indícios que sugerem sua existência pela capacidade intelectual, em algumas áreas, reduzida ou ampliada, mas sempre fora da média. A própria interpretação do meio e de si mesmo pode então variar de forma imprevisível de indivíduo para indivíduo.

Felicidade é uma emoção exclusivamente humana, embora seja muito comum vê-la atribuída à animais, pois é preciso a capacidade de realizar processos cognitivos complexos juntamente com a capacidade do pensamento abstrato de alto nível. A felicidade é uma emoção complexa que começa na resposta automática do organismo à estímulos internos e externos que são percebidos e interpretados por ele. Esta interpretação é única. Resulta na interação de processos fisiológicos e cognitivos. A felicidade é o fruto de sensações positivas percebidas durante estas experiências. São momentos. Levando a definição ao pé da letra não seria possível ser feliz dormindo, concentrado em alguma tarefa, realizando alguma ação complexa ou em qualquer circustância que impeça o indivíduo de observar e interpretar os estímulos que causem a sensação de bem estar. Na verdade isso é válido para os outros tipos de emoções, e levando em conta a duração que podem ter, em algumas circunstâncias, esses estados seriam relativamente breves.

Algumas culturas perceberam que estes estímulos podem ser controlados afim de se reproduzir as emoções que geram a felicidade. O fazem por meio da fé, do capital, do uso de substâncias, da busca por fama e sucesso entre outros artifícios. Um método muito difundido é a interpretação positiva que para muitos surte o efeito esperado. Ele pode ser encontrado por exemplos nos processos de aprendizagem da gratidão. 


A ferramenta de sobrevivência do ser humano é o cérebro. Sua evolução dos primeiros hominídeos até o surgimento do homo-sapiens, que continua em evolução, permitiu um sucesso na sobrevivência que nenhuma outra espécie experimentou. Músculos relativamente fracos, em comparação às demais espécies, pouca agilidade, ausência de garras e presas, ausência de proteções naturais, e até a perda dos pelos, um sistema de proteção contra alguns insetos e isolante térmico, fazem parte do preço pago para sustentar um órgão que consome 20% da energia que o corpo todo consome.




Com um cérebro mais complexo capaz de habilidades que nenhum outro ser vivo possui o homen superou o ambiente físico criando novos ambientes, ficcionais, compartilhados com todos os demais que conseguem percebê-los e compreendê-los. Estes ambientes, como por exemplo, a evolução da escrita, um dos primeiros ambientes ficcionais criado para compartilhar informações, permitiram que cada vez mais indivíduos se tornassem independentes, pura e simplesmente do ambiente físico, onde ocorre a disputa natural por recursos, quando passaram a depender dos ambientes criados para sobrepor o ambiente físico natural. Comunidades, cultura, política, números, economia, religião, medicina, moda, internet, consumo entre outros tão suaves que são quase imperceptíveis. Este cenário elevou a espécie humana ao último patamar. Enquanto as espécies lutam para continuar existindo no planeta em uma disputa ávida por alimento e acasalamento o ser humano não depende mais deste ambiente para existir, possuindo formas alternativas de satisfazer seus desejos e seu instinto, que vem cada vez mais sendo suprimido pela sua própria razão. Enquanto os demais animais, e alguns hominídeos, se preocupavam apenas com a próxima refeição e sua prole, nós substituímos estas preocupações por outras que se conectam com os ambientes ficcionais que estamos imersos. A preocupação de sobreviver foi trocada pela preocupação de viver bem, física e mentalmente.


É nessas circunstâncias que surgem conceitos como o da felicidade, que por mais que possua uma definição bem escrita, ainda sim, varia de acordo com diversos aspectos práticos. Assim a primeira lição real sobre felicidade é: “construa seu próprio conceito crível de felicidade”.






A influência da cultura na interpretação da felicidade demonstra que cada grupo pode assimilar de forma particular o impacto que estes ambientes ficcionais influenciam na interpretação sobre bem estar. Objetivos de vida, sonhos e desejos são de fato moldados pela sociedade. Quando se pergunta para alguém, que nasceu e vive no cerne do capitalismo, o que ela precisaria para ser feliz? A interpretação imediata é da livre escolha de posse. Poder possuir aquilo que se deseja, já que a própria sociedade capitalista prega a felicidade como uma linha de chegada a ser cruzada em um determinado momento da vida. Para cada cultura os caminhos que levam à uma vida recheada de momentos de felicidade podem ser sociais, religiosos, familiares e até amorosos, este último possuindo uma definição bem complexa. Além destas variáveis contamos também com a individualidade de cada um que nos faz vivenciar experiências que produzem sentimentos positivos de maneira muito pessoal.
felicidade é vivenciar com frequência aquilo que lhe causa bem estar, seja o que for.



domingo, 14 de fevereiro de 2016

Corrupção

A corrupção é basicamente uma falha na coesão coletiva de organização social onde a quebra de regras ocorre afim se atender interesses pessoais de cunho exclusivamente privado. A corrupção é uma falha do ser humano e não da sociedade. A sociedade é responsável por coibir, punir e reparar os danos causados pela corrupção, contudo é unica e exclusivamente causada por cada ente corruptível e corruptor. Atribuir a responsabilidade do nível de corrupção geral do país a cada indivíduo que comete um ato danoso a toda uma sociedade não é exagero. Tal qual as decisões que os agentes corruptos tomam, fora ou dentro da esfera administrativa, que deveriam sempre afetar o coletivo de forma positiva, as ações destes indivíduos são sim totalmente responsáveis por colocar uma nação inteira em uma posição de honra no ranking mundial de corrupção. Para combatê-la há duas formas. A utópica em que cada indivíduo é tomado pelo espírito da honestidade, de forma que além de serem realmente honestos, incluindo a conscientização de desonestidade igualmente danosa que existe em roubo de direitos autorias, recebimento de troco errado, utilização de carteirinha falsa de estudante, compartilhamento indevido de assinaturas ou realização gatos nas ligações pagas de serviços. Esse indicativo também resulta no sentimento de cumplicidade de escolha de parlamentares claramente corruptos. não pela certeza, mas pela simples dúvida da sua capacidade de honestidade. Ou se oculta de maneira mais eficiente a corrupção ou talvez seja necessário exercer a profissão pública sem corrupção. A maneira mais realista está não na esperança de transformação do ser humano naturalmente corrupto, mas no reconhecimento de uma sociedade formada por indivíduos hipócritas por serem conscientes de seus atos e que mesmo assim condenam e não aceitam a corrupção em seu governo. A forma inteligente é criar mecanismos mais severos dificultando os poderosos de utilizarem seus poderes administrativos ou influências políticas para satisfazerem seus interesses pessoais ou cometerem crimes, bem como formas mais rígidas de prevenção, e punição às pequenas corrupções do dia-a-dia. As instituições políticas que podem criar tais mecanismos são justamente as maiores fontes atuais de casos midiáticos de corrupção. Desta forma criar tais mecanismos é uma meta quase utópica, uma vez que requer a menor mobilização de entes não corruptos, excetuando até a sociedade na participação de qualquer decisão na regulamentação e aplicação de tais remédios anti corrupção. Para isso sempre há o método de tentativa e erro, onde quanto maior a rotatividade dos indivíduos que dotam desta capacidade, maior a chance na formação do grupo perfeito para realização desta solução, na qual independe de filiação partidária mas sim de convicções pessoais que se alinhem ao desejo de cura de uma sociedade doente e degradada pela corrupção, de poucos que afetam todos, de todos que afetam a si mesmos.