quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Salário Mínimo
Uma notícia menos importante que futebol, e mais impactante que este, surgiu quase que imperceptível hoje. A urgência na votação do aumento do salário mínimo. O governo quer R$ 545,00 e as centrais sindicais R$ 560,00. Uma diferença de 15 reais. Esta diferença não é apenas questão de fabricar mais dinheiro, como em tempos de Sarney e sua inflação.
Fazendo Dinheiro.
Bom, primeiramente, para os leigos de plantão sobre este assunto, a questão é para que serve o salário mínimo? Segundo minhas aulas de economia, e fazendo uma breve pesquisa chegamos a seguinte conclusão resumida sobre o salário mínimo. O salário mínimo é o menor valor que os empregadores são obrigados legalmente a pagar aos seus empregados por sua força de trabalho. O objetivo é justamente evitar que o grande número de desempregados façam com que a força de trabalho valha quase nada. Lógico, pois se um monte de desempregados fizerem um "leilão" às avessas do valor de sua força de trabalho chegaremos ao valor mais baixo que alguém da multidão se sujeitará em troca de um emprego. É literalmente um "quase nada" é melhor do que nada. O salário mínimo é definido por lei, mesmo que para uma grande quantidade de pessoas seu efeito seja nada. Isso por que ou se ganha mais do mínimo ou se ganha muito menos, e lógico que quem ganha menos só vai sentir o impacto se for registrado e ganhar exatamente o mínimo, ou menos que o novo mínimo. Então uma grande parcela da população não vai "sentir" o aumento diretamente.
A realidade é que o salário mínimo é uma piada muito bem contada e posta em prática. A constituição diz uma coisa e o salário mínimo na prática é outra. Para alegria dos egoístas e egocêntricos o salário mínimo baixo sustenta o capitalismo e mantém as grandes diferenças sociais. Claro, para você que busca ter um padrão de vida alto saiba que no capitalismo isso só pode acontecer se muitos, em mão inversa, detiverem um padrão baixo. Outro motivo que emperra que o salário mínimo aumente é justamente a visão do governo e do empregador. Olhando para o empregador. Suponhamos um nobre comerciante que tem suas contas apertadas. Paga seus impostos e vive na corda bamba. Com o aumento do mínimo há só uma coisa a fazer: mandar embora seus empregados e contratá-los informalmente, sim isso acontece, realmente acontece. Olhando para a visão do governo. Aposentados pelo inss. Uma conta absurda que cresce significativamente, já que quem paga estes salários é o governo. Existem outras consequências para o governo, mas aparentemente esta é uma das mais impactantes.
A questão é que o salário mínimo é, para muita gente, notícia apenas. Seus efeitos indiretos são muito mais importantes. Achar que o aumento do salário mínimo reduz a pobreza é uma ingênuidade sem tamanho. A questão é que para muitos o aumento do salário mínimo pode não ser motivo de alegria. Da faixa que sente o impacto do salário mínimo felizes serão os que não perderão o emprego, e se tiverem sorte o trocarão por um informal.
Para um país com um contigente de trabalhadores incalculável, que recebem um salário mínimo, soa estranho achar que o aumento do salário mínimo não traz tantos benefícios quanto o termo sugere. É indiscutivelmente mais importante aumentar seu poder de compra. Se o que o salário de R$ 545,00 comprar o que o salário de R$ 560,00 compra os efeitos serão muito mais positivos que o aumento prático de um valor para outro. Mas questões que fogem à área da economia e política impedem soluções como esta. Neste caso seria necessário buscar soluções na área da ética, da moral, de questões policiaais e culturais, não necessariamente nesta ordem.
Abaixo um video promocional que apesar de ser uma propaganda do Livina, uma péssima propaganda por sinal, mais parece a reação do povo diante de, quem sabe, aumento do salário mínimo.
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